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O novo contrato de Varejão

Varejão: Mais cinco anos garantidos na NBA

Varejão: Mais cinco anos garantidos na NBA

Na noite da última quarta-feira (8), o ala-pivô brasileiro Anderson Varejão acertou sua renovação de contrato com o Cleveland Cavaliers. A primeira informação, divulgada via Twitter por Brian Windhorst (Cleveland Plain Dealer), dava conta que o compromisso de seis anos renderia U$50 milhões ao atleta. Horas mais tarde, a ESPN corrigiu as fontes iniciais e divulgou o valor real da negociação – U$42.5 milhões que, com incentivos financeiros, pode alcançar os 50 previamente ditos. Além disso, o último ano de contrato não é garantido, o que dá à equipe a chance de dispensar Varejão em 2014 por um valor consideravelmente menor do que o seu salário da temporada 2014-15.

Os tais incentivos estão relacionados ao rendimento de Varejão: ele deve alcançar certas metas dentro de quadra para receber as gratificações. A torcida do Cavs, furiosa com o valor exagerado divulgado inicialmente, recebeu a notícia corrigida com certo alívio. Mas, se o problema é dinheiro, não ficaria tão aliviado. Ninguém além dos envolvidos sabe das condições, mas devem ser objetivos perfeitamente alcançáveis. Na prática, é muito difícil imaginar que Varejão não embolsará mais da metade dos incentivos previstos, elevando o contrato ao valor virtual de U$47 milhões.

Quando vi a notícia, espantei-me mais com o valor do que com a duração. Hoje, já mudei de opinião. Por mais que esperasse um contrato de longa duração – Danny Ferry está cansado de ver Varejão sair do contrato vigente sempre que pode –, seis anos, cinco garantidos, é demais. Trata-se do tipo de comprometimento que uma franquia faz com seu principal jogador, não com uma peça de elenco, como é Varejão. Agora, o Cavaliers está preso com Varejão e imobilizou qualquer chance de negociação em um futuro próximo envolvendo o ala-pivô.

Do ponto de vista financeiro, a renovação já me pareceu pior. Na minha cabeça, Varejão não é um atleta para receber U$7-8.3 milhões, mas o inflacionamento do mercado de pivôs fez surgirem várias “aberrações financeiras” – muitas, piores do que o vínculo assinado por Anderson. Além disso, Varejão está valorizado pelo papel fundamental exercido nas excelentes campanhas recentes do Cavs. Isso é o bastante para justificar U$7-8.3 milhões por ano? Não. Eu ainda acredito que U$8 milhões ou mais é absurdo. Mas, por outro lado, quantos contratos de pivôs atuais têm valores justos?

Durante a negociação com Cleveland, Dan Fegan – o empresário de Anderson – afirmou que Blazers e Thunder teriam oferecido U$10 milhões por ano para o ala-pivô. Neste cenário, o negócio parece bom para o Cavs, né? O problema é confiar em Fegan. Ainda mais quando, dias depois, o Blazers fez uma proposta de U$8-9 milhões por Paul Millsap, que é um atleta aparentemente ainda mais valorizado e disputado do que Varejão. Para mim, Fegan não é fonte confiável (mesmo para o nível dos empresários).

De qualquer forma, estou feliz por Varejão e pelo basquete brasileiro. É importante que um jogador brasileiro garanta, no mínimo, mais cinco anos de permanência na NBA e, às vezes, ficar preso aos números e análises ignora o mérito do atleta, que faz um bom trabalho em Cleveland. O contrato pode ser exagerado, mas é uma prova do quanto o Cavs considera Anderson importante.

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