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À caminho da insignificância

Michael Heisley: economizar é a ordem do dono do Grizzlies

Michael Heisley: economizar é a ordem do dono do Grizzlies

Desde que o ala-pivô Pau Gasol foi negociado com o Los Angeles Lakers, a política de trabalho do Memphis Grizzlies baseia-se nos cortes de despesas. A franquia deixou a questão competitiva de lado e entrou em um processo de renovação que não tem rumo, cheio de decisões questionáveis e um claro foco principal na economia dentro e fora de quadra. O Grizzlies assumiu um papel de figuração na Liga em nome do conforto financeiro do seu dono, Michael Heisley – processo que recebe o apoio do GM Chris Wallace.

Tudo isso não é segredo. Mas, nos últimos dias, duas decisões da direção de Memphis mostraram como a situação do Grizzlies é triste. Primeiro, Heisley retirou a oferta qualificatória oferecida ao ala-pivô Hakim Warrick, tornando-o agente livre irrestrito e abrindo as portas para que saísse da equipe de graça, sem o consentimento do departamento de basquete e da comissão técnica. Com isso, o Grizzlies economizou U$3 milhões. Diferente do que era lógico e costumeiro, a retirada da proposta não aconteceu para possibilitar a contratação de outro jogador, mas por simples e pura contenção de despesas. A franquia abriu mão de um atleta de garrafão que estava nos planos da comissão técnica apenas para economizar.

Logo depois, a franquia anunciou a demissão de todos os seus olheiros. Uma franquia em suposto processo de renovação dispensou todos os encarregados de observar jovens talentos e planejar o draft do time. Apenas um recrutador de meio-período ajudará a direção do Grizzlies a monitorar jogadores europeus. O GM Chris Wallace justificou as demissões dizendo que “prefere trabalhar com uma equipe menor”. Outra decisão que prova como o esporte é secundário para a equipe.

Ainda que seja reprovável, a segunda decisão é compreensível, pois os recrutadores do Grizzlies não pareciam ser figuras valorizadas como deveriam. Este não é um fato, mas é uma constatação quando sabemos que o dono da equipe teve palavra decisiva em duas das três últimas escolhas TOP 5 do Grizzlies – Mike Conley, em 2007, e Hasheem Thabeet, neste ano. Em 2008, Kevin Love foi selecionado e trocado instantes depois por OJ Mayo. Na prática, é como se Heisley estivesse dizendo: “se sou eu quem pago, então só pagarei quem eu quiser”.

Economizar parece ser a única saída para uma franquia que não consegue se sustentar sozinha. Memphis não é um mercado grande o bastante para abrigar uma equipe profissional (não à toa, os outros dois times das Grandes Ligas norte-americanas localizadas no Tennessee tem sede em Nashville, não em Memphis) e isso fica evidente em números como a pequena média de pouco mais de 12000 pessoas por jogo. O problema é que economizar não quer dizer lucrar, no caso de uma franquia na situação do Grizzlies. Heisley não está recuperando dinheiro, mas sim contendo suas perdas.

O que Michael Heisley esquece é que o Grizzlies não é um negócio qualquer, trata-se de um time competitivo dentro de uma Liga. E a forma de lucrar em um ambiente como este não é cortar despesas que significam, dentro de quadra, acumular derrotas, mas vencer. Por meio de times vencedores que mercados aparentemente menores, como San Antonio, conseguiram criar um ambiente próspero. Este deveria ser o exemplo para Heisley. O corte de gastos vai ajudá-lo a diminuir prejuízos, mas não a acumular lucros.

Outro exemplo é o atual Orlando Magic. Após o título de conferência e o vice-campeonato da NBA, o GM Otis Smith recebeu passe livre para gastar do dono da franquia para fortalecer a equipe ainda mais. O motivo? O Magic acumulou enorme ganho financeiro em 2008-09. Em se tratando de equipes esportivas, vitórias dentro de quadra trazem vitórias fora de quadra. A partir do momento em que ganham competitividade, franquias arrecadam mais.

A cada dia, o Grizzlies torna-se figurante por opção. Na ânsia por não perder mais dinheiro com o que não vai para frente, Heisley torna a franquia um caso cada vez mais perdido. É triste afirmar, mas a equipe segue, irreversivelmente, à caminho da insignificância.

Categorias:NBA
  1. Leandro Matos
    09/08/2009 às 11:10 am

    Exatamente. Grizzlies hoje é uma grande piada. Sem nenhuma perspectiva.

  2. 11/08/2009 às 3:08 pm

    Grizzlies bad team!!!!

  3. Pudão
    12/08/2009 às 2:56 pm

    Agora só me explica uma coisa então.
    Os caras querem economizar e trazem o contrato do Fat de 16m?

    Acho isso meio contraditório.

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